Profecia fabulosa
(Para recitar em baile de mascarados)
cessem todos os estrondos
para em bela armonia
ouvir todos mais atentos
esta real professia
*
de um autentico soberano,
distinto e inspirado
que além de ser monarca
também tem profetizado.
*
cujo soberano escreveu
a qual me mandou ler
do que no futuro amo
neste reino se há-de ver
*
profetizou que para o ano
tudo o que for vegetal
causará terror e espanto
no reino de Portugal
*
toda a terra portuguesa
dará fruto demarcado,
como nunca se tem visto
desde que o mundo foi criado.
*
as nabiças darão grelos
tão altos e engrumados,
que dê mastros de navios
e, serrando-os, taboados
*
cada nabo será tal
que se o escabar por dentro
possa dar casa bastante
para corte de um jumento
*
tais repolhos vireis criados
em todos os repolhais
que o menor seja bastante
para pesar vinte quintais.
*
pois só as folhas de fora
daqueles mais bem criados
poderão servir de velas
para estender nos eirados.
*
as couveiras criarão
tão altos pés e grossos
que delas se farão bombas
para tirar agua dos poços.
*
vereis cebolas como pipas
batatas como tonéis
tomates como gigas
alhos como canastreis.
*
que só os dentes de alhos
tão volumosos serão
como que fossem quartos
de abóbora ou melão
*
as pereiras daram peras
tão grandes e tão bastas
que só uma pêra aos pedaços
encha bem sete canastras.
*
tais limões vereis criados
nos limoeiros azedos,
que um limão seja bastante
para carregar seis galegos.
*
E que nozes tão grandes
Se hade de ver pelas nogueiras
Que das cascas duma só
Se farão duas macieiras
*
E do que tiver por dentro
Gostosos doces farão,
E muitas se há-de moer
Que não há-de dar mau pão.
*
Também prometes-te abundância
De pão trigo e centeio,
Porque só cada espiga
Dará alqueire e meio.
*
As mulheres farão fogueiras,
queimarão fusos e rocas
porque há-de nascer o linho
pronto já em maçarocas
*
Cada videira do Douro
Tanto cacho há-de dar
Que o vinho e bagaço
Possa encher um lagar
*
A cinco reis o almude
quem quiser beberá vinho,
do melhor do alto Douro
Nesta província do vinho
*
No tempo em que o vinho for
A cinco reis o almude
Muito há-de haver quem diga
cá vai a sua saúde
*
Velhos e velhas vereis
Dar saltinhos de contentes,
Porque até terceira vez
Lhe hão-de nascer os dentes
*
Até os brancos cabelos
Vereis tomar novas cores,
Quais os daquele tempo
Em que tinham os seus amores
*
Os que forem corcovados
A corcova hão-de perder,
Até cegos vereis com vista
Que já não esperavam ver.
*
Tudo quanto tenho dito
Afianço e asseguro,
Que se nada for verdade
há-de ser mentira tudo.
*
Desta forma terminou
esta real professia;
só a todos desejo
vida paz e alegria.
(obrigado maria cecilia pelo contributo)
S. MARTINHO DE ANGUEIRA (San Martino)
Área: 36,8 Km2.
Coordenadas: 41° 38' N 06° 20' W.
Densidade populacional: 9,8 hab./Km2.
População residente: 359 indivíduos.
Edifícios: 321.
Núcleos familiares residentes: 113.
Orago: São Pedro.
Terreno: Implantado num vale ao longo do Rio Angueira, é o único aglomerado e sede da Freguesia. No extremo norte do Concelho de Miranda do douro, confinante com território espanhol.
Acessibilidades: A acessibilidade a Miranda do Douro é garantida pelas E.M.'s 542 e 544, distando desta cerca de 25 km. A E.M. 542 possibilita ainda ligação ao exterior quer ao Concelho vizinho de Vimioso (lig. S. Martinho de Angueira - Avelanoso) quer a Espanha (fronteira de Três Marras) Alcanices.
Património: Igreja Matriz e a Capela do Stº Cristo, cruzeiros, um castro romanizado no seu termo e vestígios de arte rupestre no sítio do "Rebolhão. É, no entanto um aglomerado rural típico da região, onde predomina o xisto vermelho e o granito na estrutura
Actividades económicas: Agricultura, pecuária e comércio
Festas e Romarias: Santa Cruz (2 a 4 de Maio), N. Sra. do Rosário (Festa dos Pauliteiros) – (penúltimo dom. de Agosto) e S. Martinho (11 de Novembro)
Gastronomia: Posta mirandesa, churrasco de cordeiro, fumeiro
Artesanato: Cestaria, colchas, rendas, gaitas de foles, flautas castanholas, escanos, escultura em madeira.
Colectividades: Associação Cultural e Recreativa Amigos de S. Martinho, Associação de Caça e Pesca S. Martinhense, "FLORESTÁGUA" – – Associação de Produtores Florestais e Regantes , Cooperativa Agrícola de S. Martinho e Lar Paroquial.
Equipamentos sociais: a freguesia conta, há algum tempo, com um moderno Lar de Terceira Idade. Este, por sua vez, fica implantado na antiga “Cortinha da Abadia” e é distribuído por três pisos com ligação por elevador. Tem capacidade para vinte idosos em sistema de internato e trinta em sistema de externato. Neste último, os idosos contam com a assistência domiciliária e a limpeza de roupas. A freguesia possui também uma Casa do Povo que presta diversos serviços aos residentes. Neste edifício realizam-se, ao longo do ano, vários eventos culturais e desportivos de modo a reunir os habitantes.
Igreja Matriz
Este templo tem S. Pedro por orago.Interessa-nos sobretudo a sua espacialidade interior. O arco cruzeiro, datado de 1747, relaciona a capela maior com o corpo em cujas ilhargas se definem algumas capelas. No lado da epístola, a capela da Senhora do Rosário abre-se para a nave através de um arco pleno sobre pilastras de capitéis dóricos. No intradorso do fecho lê-se o cronograma de 1833. Já no lado do evangelho, alinham-se as capelas das Almas, junto ao presbitério, e a de Nossa Senhora da Purificação. Comunicando entre si, estes espaços abrem-se também para a nave pelo lançamento de dois arcos de grande vão que ou repousam em pilastras ou arrancam do pavimento, como acontece na capela da Purificação. Seja como for, a amplitude destas arcadas, implicam uma organização espacial muito próxima das soluções apresentadas por algumas igrejas de duas naves.
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
carnaval
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário